8 de janeiro de 2009

Ovinocultura e Caprinocultura de Corte – Juazeiro 08/01/09

SALVADOR - Integrar a produção com a comercialização e estreitar o relacionamento entre o produtor e o frigorífico, para com isso dobrar a renda de 412 produtores da Fazenda Icó, em Juazeiro, norte da Bahia. Estes são os principais objetivos do Projeto de Ovinocultura e Caprinocultura de Corte – Juazeiro, desenvolvido pelo Sebrae/BA em parceria com a Secretaria de Agricultura, através da Superintendência de Agricultura Familiar (Suaf); Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA); Agência estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab); Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (Acar); Companhia de Engenharia Rural; Embrapa Semi-árido; Universidade do Estado da Bahia; Prefeitura de Juazeiro e bancos do Nordeste e do Brasil.



De acordo com o consultor do Sebrae/BA, Clóvis Guimarães Filho, muitos produtores da Fazenda Icó ainda trabalham de maneira rudimentar, apenas para subsistência, vendendo no curral para atravessadores, sem foco no mercado, e a maioria ainda tem uma renda mensal que não chega a um salário mínimo. A previsão é de que em 2009 os produtores da região consigam aumentar a renda mensal em pelo menos mais de um salário mínimo.



“Com o nosso projeto teremos produtores mais bem preparados pelo Sebrae/BA, EBDA e todos os parceiros envolvidos, com assistência gerencial e técnica para melhorar a qualidade dos ovinos e caprinos. Os bancos oficiais financiam os produtores para realizarem projetos de melhoria de pastagem ou para a compra de reprodutores. Com isso os produtores estarão em condições de oferecer ao frigorífico uma carne de qualidade e que atenda ao mercado da Bahia e de outros estados”, ressalta o consultor Clóvis Guimarães Filho.



O produtor de ovinos e caprinos João Barbosa Araújo está otimista com o projeto. Ele acredita que com a proposta do Frigorífico Lamm, de Juazeiro, de trabalhar os animais em áreas de confinamento, os produtores vão vender mais cedo e com isso 
economizar em ração, além de diminuir as perdas, que são grandes na época da seca.



“É a primeira vez que os produtores da região de Juazeiro recebem uma proposta como esta. A cada dia estamos conscientizando os produtores sobre a importância de investirem em qualidade e obedecer normas exigidas pelo frigorífico, que já tem o selo de inspeção federal. Hoje já temos mais de 10 associações aderindo ao projeto, beneficiando mais de 400 famílias. Acredito que no futuro teremos condições de vender até mesmo para o exterior. Existe a demanda, mas para isso precisamos estar preparados. É uma mudança total para o produtor adquirir qualidade e melhor preço”, destaca João Barbosa Araújo.



O diretor do Frigorífico Lamm, Marcos Malta, que já atua no mercado de Pernambuco, acredita que em fevereiro terá condições de comprar dos produtores da Fazenda Icó pelo menos 2 mil cabeças de ovinos e caprinos, para serem vendidos em São Paulo. “O papel do Sebrae é fundamental na medida em que facilita a parceria, reunindo os produtores organizados em associações. O Sebrae está formalizando a proposta através de um contrato por meio do qual o frigorífico vai fornecer uma área de confinamento coletivo, que viabilizará a oferta de animal durante o período da seca”, explica Marcos Malta.



O gestor dos projetos de ovinos e caprinos no Sebrae/BA, Robério Araújo, explica que o consultor Clóvis Guimarães Filho está liderando e consolidando um trabalho pioneiro onde as “cartas estão sendo lançadas antes do jogo”, com a negociação prévia entre produtores e frigorífico. Com este trabalho a idéia é consolidar uma estratégia unificada entre os produtores e frigorífico com foco no mercado. Cada produtor terá planejado e computado a quantidade, a qualidade que o mercado deseja e o prazo que ele terá para disponibilizar para venda animais ao frigorífico.



“O trabalho é formatar um modelo de integração, com responsabilidades definidas, onde o produtor deverá produzir uma carne de qualidade e diferenciada e o frigorífico buscar mercados que satisfaçam os interesses de todos os integrantes da cadeia produtiva. Não é sonho, mas estamos de fato buscando que a cadeia produtiva valorize todos os interessados e implemente o ganha-ganha entre seus elos. De nada vai adiantar só um elo da cadeia produtiva 
ganhar. Acreditamos que ainda em 2009 a carne, que é saborosa e produzida na nossa caatinga, terá condições de chegar, de forma competitiva, aos melhores restaurantes de São Paulo”, garante Roberio Araújo.

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