17 de setembro de 2008

Quando o vinho encontra o bode

Região às margens do São Francisco atrai vinícolas e cria opções de turismo que abrem uma nova realidade econômica para o sertão
Sergio Adeodato

Vinhos combinam com o friozinho da serra ao pé de uma lareira em ambientes charmosos, requintados – e, por que não, românticos. Brancos ou tintos, maduros ou jovens, leves ou encorpados, são apreciados na degustação de queijos finos, fondues e diversos pratos da gastronomia. Essa é a tradição, por séculos. Mas existe um pedaço do Brasil onde a glamorosa bebida harmoniza com algo inusitado, um velho símbolo da dura vida severina: o bode. Na caatinga de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), banhada pelo Rio São Francisco, essa união é resultado de dois caminhos que se cruzam: os avanços na qualidade dos caprinos e a chegada dos parreirais irrigados que levam para o sertão uma cultura antes restrita às zonas subtropicais. Desse encontro tão curioso quanto promissor, mudam-se hábitos e nascem no interior nordestino perspectivas para uma nova atividade econômica: o turismo.

Nem França, Portugal nem Itália. Nem Argentina nem Chile. É nas margens do Velho Chico que os turistas que viajam pelo mundo para apreciar vinhos podem experimentar as mais recentes novidades nesse setor. No entender de sommeliers e enólogos, especialistas nesse ofício, não se trata de um exagero. Explica-se: essa região ensolarada, com umidade de 50% e temperatura média de 28 a 30 graus, além de ótima para o bode que convive sem problemas com a caatinga tórrida, é a única do mundo que colhe uvas e produz vinho o ano todo. Nessas condições especiais, o fruto tem uma maturação diferenciada. Como resultado, as plantas cultivadas no chamado Paralelo 8, na faixa tropical do planeta, geram vinhos inigualáveis. O produto feito com a uva syrah, estrela no mercado mundial e carro-chefe no Vale do São Francisco, por exemplo, é mais jovem, tem aroma frutado, frescor levemente...

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